29 janeiro 2007

FÓRUNS E RIQUEZAS

Reunidos em Davos na Suíça, os principais dirigentes das grandes potências econômicas mundiais se debruçaram em poucos dias numa grande variedade de temas importantes para o futuro da humanidade.

A julgar pelo divulgado até o momento, o assunto principal do encontro anual reforça a preocupação das mais diversas organizações sociais pelo mundo afora: a saúde do planeta.

Parece claro que entre os números de taxas de crescimento, tarifas de comércio, subsídios e restrições, o efeito da intervenção humana sobre o clima da Terra é o mais urgente problema a ser enfrentado, sem o qual, de nada adiantarão, e para nada servirão os esforços desenvolvimentistas das nações.

Alheio aos apelos universais, o governo americano omite-se das iniciativas de defesa do meio ambiente – embora já admita a gravidade da situação.

A ação bélica no Oriente Médio de forma continuada piora o quadro de miséria das populações atingidas e torna a região ainda mais vulnerável aos desastres ambientais, como no caso recente da queima dos poços de petróleo.

O Brasil também é um país especialmente importante no cenário mundial.

Ávido por um desenvolvimento econômico que ofereça dignidade e oportunidades aos milhões de desempregados, subempregados e excluídos da vida econômica pelo fracasso do setor agrícola e parte da indústria, o Brasil é também a maior reserva biológica do planeta.

Privilegiado pela riqueza natural, o país precisa assumir a responsabilidade pela preservação das florestas e dos rios, criando perspectivas de utilização desse potencial para viabilizar arranjos econômicos sustentáveis que incluam os brasileiros à margem da prosperidade econômica urbana e essencialmente litorânea.

A exposição de idéias nos fóruns internacionais, a elaboração de planos de crescimento, a criação de fundos de investimento, serão inócuos senão acompanhados de consciência ambiental e solidariedade humana.

A solução para muitos dos problemas das grandes cidades está diretamente ligada a políticas de interiorização do país, de aproveitamento de recursos naturais estratégicos e da formação de uma comunidade científica sólida capaz de transformar essa riqueza em alternativas efetivas de desenvolvimento social.

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