12 setembro 2009

FAZENDO HISTORIA

A história de um profissional em uma organização é desenhada a partir de sua iniciativa pessoal, ou a falta dela, enfrentando a dinâmica dos acontecimentos conjunturais, da relação com os demais profissionais e dos resultados produzidos por essa interação.

Para que serve a historia de um profissional?

Para os objetivos práticos e imediatos do mundo competitivo, é um conceito dispensável, na maioria das vezes em que ele é citado. No aproveitamento do indivíduo para uma ascensão na hierarquia da organização, por exemplo, a “bagagem” adquirida no tempo tem sido cada vez mais desvalorizada pelos “caçadores de talentos”.

Entretanto, a organização (essa eu ouvi de um consultor num programa de rádio) não passa de uma figura jurídica “subjetiva”, sem existência autônoma, totalmente dependente da ação, das atitudes e dos comportamentos das pessoas que fazem parte dela, seja nas instâncias de direção, seja nas mais modestas atividades operacionais.

Quando o individuo acumula um determinado conjunto de habilidades, de condutas e de formas de comunicação com seus pares, isso tem importância para sabermos como são os indivíduos que constroem essa organização.

Não podemos imaginar que uma organização seja exemplar pela qualidade no relacionamento com seus clientes e fornecedores, se as pessoas desta organização exibam características antagônicas a essa imagem organizacional. O inverso também não é possível.

As iniciativas pessoais de uns, conflitam com o comportamento de outros, produzindo uma interação nem sempre harmônica. Isso se dá por atitudes intensivas em busca de resultados, em que sujeitos de funções dirigentes atuam sobre seus subordinados, ou em sentido inverso, quando colaboradores interrompem as atividades – uma greve, por exemplo.

O valor da história de um profissional está na sua capacidade de ser humano, integro, mesmo quando a dinâmica das relações internas e externas da organização lhe sejam hostis, ou não lhe favoreçam.

A “bagagem” é um ingrediente rico, quando organizações valorizam a perenidade de sua relação com a sociedade, e optam por construir solidez ao invés de imediatismos.

E mais do que isso, as pessoas que compõem as organizações são as mesmas que moram nas cidades, educam seus filhos, constroem famílias, formam grupos por afinidades esportivas, religiosas, políticas e tantas outras.

Como podemos imaginar que pessoas adotem comportamentos tão distintos para ambientes diferentes, circunstâncias diferentes ou momentos diferentes?

Como construir organizações perenes, integradas com a sociedade, se as pessoas que a constroem submetem sua integridade, seu caráter, sua história pessoal e profissional à sedução dos ganhos financeiros ou à adesão a idéias supostamente inovadoras, que destroem a natureza colaborativa das pessoas que fazem parte dessa história?

As pessoas, presentes ou não nas organizações, precisam de personalidade própria, coragem para ser, persistência para existir.

Com coragem e persistência compreendemos que nossa existência está comprometida com uma sociedade mais humana para nós, para as novas gerações, e para as organizações que sempre farão parte da história das nossas vidas.

A FORÇA DO POVO