O que os meus amigos esperam
refletir quando se dão conta que o Estado, o governo eleito, o Poder Judiciário
e os representantes no Congresso constroem uma teia de cumplicidade e condescendência
com a corrupção, com o tráfico de influência, com o loteamento de cargos
públicos, com a apropriação dos recursos públicos?
É minha intenção acalentar sonhos de
evolução ética nos hábitos das pessoas, na conduta dos governantes, na
integridade dos julgadores, na participação cidadã da sociedade, em cada núcleo
social, familiar, corporativo ou sindical.
Desafio-me a acreditar no futuro, em
que pese a constatação de que nossos passos são curtos, nossas iniciativas de
desenvolvimento sociocultural são modestas, nosso entusiasmo com a prevalência
da solidariedade sobre o individualismo desfalece ao primeiro obstáculo.
Urge sairmos da inércia, não para
nos rebelarmos ou para reivindicarmos de outrem que adotem as posturas
desejadas, mas para que nós sejamos exemplos coerentes e persistentes de uma convivência
harmônica entre as pessoas de todas as classes, raças e opções políticas,
preservando, sobretudo o bem comum.
Um futuro melhor só será construído a
partir das ações do presente, desde que fundadas na ética, na preservação dos
valores humanos, no compromisso com o que é público, na promoção do
desenvolvimento solidário e responsável.