24 setembro 2007

ATENDER E CONVIVER


As pessoas que solicitam nossa atenção no dia a dia são portadoras de uma quantidade de desejos, relações pessoais, aspirações e concepções.

Cada um de nós, ora está no seu horário de trabalho atendendo a um cliente, ora está numa repartição, numa loja ou qualquer outro estabelecimento como o cliente, o usuário, o próximo da fila.

Quando estamos do lado de lá pensamos nas diversas razões que transformaram nosso tempo em refém de terceiros, alheios aos nossos problemas e solicitações.

Gostaríamos que nos apresentassem algo mais do que um “mais alguma coisa?”, que não tem outro significado senão o de encerrar o contato para dar lugar ao cliente seguinte.

Se vamos frequentemente aos mesmos lugares, e neles os problemas se repetem, porque não são resolvidos? Será que ninguém pensou nisso, ou deveríamos reclamar formalmente?

Do nosso ponto de vista, o que temos para resolver é o mais urgente, o mais importante. Ou alguém que retira uma senha ou entra numa fila pergunta se os outros que ficaram para trás tem necessidades prioritárias?

Ainda assim esperamos ser tratados com distinção única, porque não somos iguais ao outros, somos especiais, e o nosso atendimento requer uma explicação singular, adequada para o nosso caso.

Acreditamos naquilo que experimentamos com sucesso, e voltamos com convicção, perdoando detalhes negativos, se o principal estiver satisfeito.

Por essas razões, e para não criarmos falsas expectativas, vamos experimentar isso do lado de cá.

Quando atendemos os outros empenhamos nossos esforços nisso, ou colocamos diversos obstáculos que transmitem desprezo e indiferença?

Identificamos as pessoas como elas são, como elas se apresentam, ou as tratamos como parte de uma fila, de um público?

Interpretamos as críticas como mensagem de quem deseja nossa qualificação ou criamos resistência preconceituosa?

Concluímos nosso atendimento com expressões que reafirmam o que ficou acordado e nosso agradecimento por nos terem escolhido?

Trabalhar para pessoas requer talento e humildade, força e generosidade, energia e criatividade. É a conseqüência natural de sermos humanos, e vivermos encontrando pessoas todos os dias, todas as horas, o tempo todo.

Alguém imagina ser possível viver de outra forma?

A FORÇA DO POVO