14 outubro 2008

CREDIBILIDADE

A crise financeira cujos efeitos alastram-se pelo mundo inteiro, proporciona uma substanciosa reflexão sobre o papel da credibilidade em economia.

Credibilidade, como o nome diz, indica o status de quem, por trajetória consolidada ou reputação reconhecida, mereça crédito, seja nas suas ações ou afirmações, seja nos compromissos assumidos.

Embalados por um otimismo sobre a economia mundial dos últimos anos, acompanhado pela alta liquidez do seu sistema financeiro, os americanos desprezaram a receita insistentemente prescrita aos países em desenvolvimento, e fermentaram uma massa de créditos hipotecários de grande vulnerabilidade.

Ausência do Estado, aquecimento dos preços dos imóveis, falta de instrumentos de análise de crédito e altas nas taxas de juros, são os ingredientes de uma malsucedida expansão das carteiras de empréstimos imobiliários.

Expoentes do capitalismo mundial, os americanos já tinham espalhado pelo mundo todo papéis nascidos desse mercado vulnerável, pulverizando os reflexos de uma crise que se tornou global.

O gigante americano, com seu poder de influência relativizado após a abertura econômica de países como a China e a Rússia, com a ascensão dos emergentes e a solidez do Euro, ainda é capaz de exportar tensões de natureza econômica pelo planeta, antes voltadas aos assuntos geopolíticos.

As conseqüências da desvalorização dos imóveis financiados, e em seqüência das carteiras hipotecárias, geraram ambiente desfavorável que atingiu o sistema o financeiro mundial, contaminado pela dilapidação dos ativos lastreados por essas operações.

Governos do mundo inteiro, a começar pelos Estados Unidos, aceleram ações de recomposição do patrimônio dos bancos afetados pela crise, buscando recuperar em curto prazo sua saúde financeira, numa mensagem positiva aos mercados.

Mais do que recursos monetários, colocados a disposição tempestivamente pelas autoridades nacionais, trata-se de salvar a crença na lógica das premissas básicas de funcionamento dos bancos, reconquistando a credibilidade de todo o sistema financeiro.

A FORÇA DO POVO