07 dezembro 2012

BRASIL: COMPORTAMENTO CIDADÃO

 
            O que os meus amigos esperam refletir quando se dão conta que o Estado, o governo eleito, o Poder Judiciário e os representantes no Congresso constroem uma teia de cumplicidade e condescendência com a corrupção, com o tráfico de influência, com o loteamento de cargos públicos, com a apropriação dos recursos públicos?
 
            É minha intenção acalentar sonhos de evolução ética nos hábitos das pessoas, na conduta dos governantes, na integridade dos julgadores, na participação cidadã da sociedade, em cada núcleo social, familiar, corporativo ou sindical.
 
            Desafio-me a acreditar no futuro, em que pese a constatação de que nossos passos são curtos, nossas iniciativas de desenvolvimento sociocultural são modestas, nosso entusiasmo com a prevalência da solidariedade sobre o individualismo desfalece ao primeiro obstáculo.
 
            Urge sairmos da inércia, não para nos rebelarmos ou para reivindicarmos de outrem que adotem as posturas desejadas, mas para que nós sejamos exemplos coerentes e persistentes de uma convivência harmônica entre as pessoas de todas as classes, raças e opções políticas, preservando, sobretudo o bem comum.
 
            Um futuro melhor só será construído a partir das ações do presente, desde que fundadas na ética, na preservação dos valores humanos, no compromisso com o que é público, na promoção do desenvolvimento solidário e responsável.

23 maio 2012

O ESPORTE PREFERIDO

Um dos piores hábitos construídos com o passar dos anos em nosso país é o crescente afastamento de pessoas capazes e bem intencionadas, do exercício da política partidária. Não que os partidos atuais e o modelo de governabilidade negociada sem carimbo ideológico estimule o cidadão comum a participar de qualquer agremiação política.

O problema é que quem abre mão de participar, deixa espaço para outrem, delega suas responsabilidades individuais com a gestão pública àqueles que constroem carreiras apropriando-se do espaço do cidadão, como fazem os guardadores de automóveis (flanelinhas) no espaço urbano das grandes cidades. Se a área não está demarcada, nem ocupada, eles tomam conta. E cobram por isso.

Os políticos, em sua maioria, não se prepararam para essa carreira. São ejetados do povo, das associações de classe, dos meios de comunicação, dos contingentes midiáticos, da vizinhança ativa. Para o bem ou para o mal, saem do convívio familiar, do ambiente regional e das circunstâncias profissionais para se dedicarem a rituais pouco atraentes, a despeito das potencialidades do papel de legislador e da influencia da interlocução institucional.

Um debate sobre a eficácia republicana brasileira, com suas estruturas defasadas e tradições colonialistas fica fora do alcance da política instrumental e imediatista. A manutenção do atual modelo agrada a quem se utiliza dos mecanismos de pressão e compensação para legitimar a obtenção de vantagens, sob a fachada de exercício democrático.

À resignação do tipo “isso não é comigo”, somam-se as generalizações como “os políticos são todos corruptos” ou “eu não vou votar em ninguém”. O resultado é que alguém ocupará os cargos públicos, com maior ou menor representatividade, a depender do modo como a sociedade o escolheu.

O esporte favorito do brasileiro não é o futebol, é a mania incansável e descontraída de criticar os políticos. Como todos sabemos os políticos não são extraterrestres. Eles são pessoas como nós, ocupando os cargos para o qual nós os escolhemos.

Na hora de votar – ou de não votar – pensemos nisso. A eficiência da saúde pública, a qualidade da educação, a segurança e a estabilidade econômica não são apenas partes de um jogo descompromissado, mas as bases para um desenvolvimento sustentável para nós e para as próximas gerações.

06 maio 2012

EMPREENDEDORISMO

A educação é um poderoso instrumento de construção de um futuro melhor para o país, ninguém discorda. Para a tarefa secular de produzir prosperidade no país não podemos prescindir de certas características, que devem ser adotadas pela população que pensa, trabalha e administra esse desenvolvimento.

O empreendedorismo é uma dessas características indispensáveis. Trata-se de criar oportunidades a partir das pessoas, dos bens naturais e da infraestrutura disponível. Requer disponibilidade pessoal, visão e capacidade de inovar. São habilidades que podem ser desenvolvidas, estimuladas na formação curricular, incentivadas pelo Estado.

A destacar a constatação de que quando falamos de empreendedorismo, não nos referimos apenas àquela ação originada na iniciativa privada, que move as empresas e os empreendedores individuais.

O empreendedorismo é útil e necessário em todos os setores e atividades da sociedade. A atitude empreendedora mobiliza pessoas e recursos na gestão pública, no terceiro setor, nos mais variados segmentos.

Exemplos disso emergem nas mais distantes comunidades, sem quaisquer combinações entre elas. Prefeituras que promovem os produtos característicos dos municípios, diretores de escolas que apresentam trabalhos diferenciados em suas escolas com os mesmos recursos das demais, entre tantos outros exemplos que tomamos conhecimento frequentemente.

São agentes de transformação, que empenham energia e criatividade para oferecer a sociedade produtos de maior valor agregado e serviços públicos de melhor qualidade.

O empreendedorismo não combina com mesquinhez, com apego a ideias preconcebidas, com isolamento da comunidade global, com vantagens obtidas através de custos para a coletividade. Ética, solidariedade e respeito à diversidade enriquecem a cultura empreendedora e semeiam melhores condições para a prosperidade.

Há amplo espaço para que o empreendedorismo se desenvolva. Somos um país rico em recursos naturais, privilegiado em sua complexa multiplicidade de raças, e repleto de carências, cujos impactos afetam as mais primárias condições de sobrevivência em algumas regiões.

Temos problemas abrangentes nas áreas da saúde, educação infantil, segurança, infraestrutura, habitacional, agrícola, e muitos outros. Em todos eles, pessoas, entidades não governamentais e lideranças políticas já deram exemplos de que é possível inovar, transformar, construir novas realidades.

O desafio é disseminar essas experiências, fomentando na sociedade o valor das lideranças individuais colocadas a serviço dos resultados coletivos.

29 março 2012

EDUCAÇÃO E EXEMPLO

É comum afirmarmos que o principal problema social é a educação. É provável que essa afirmação exprima variados significados, sendo que o mais aceito é o que identifica que falta educação para os outros, ou que falta educação por causa de outrem.

Políticos, que são encarregados de legislar e governar sobre tudo e todos - inclusive sobre educação - demonstram notável falta dela, especialmente aquele sentido familiar e comportamental, baseado em princípios e valores morais.

No solo gaúcho, oposição e situação mudam suas convicções sobre a remuneração dos educadores, baseados simplesmente numa espécie de mercado demagógico eleitoral.

Para os que estão na oposição, os governantes não remuneram bem os professores por sadismo, uma vontade despudorada de malfazer aqueles que educam seus próprios eleitores, uma falta deliberada de “vontade política” (termo que se tornou jargão nos anos 80) vez que os cofres públicos estão cheios e fartos de recursos.

Basta uma eleição que resulte em descontinuidade e logo se esvaem as manifestações esbravejantes. Ao assumirem a gestão pública, os que antes gritavam em defesa dos salários, enfrentam outros desafios,

Os cofres não estão abarrotados de dinheiro, as demandas que chegam ao gestor são de variadas urgências e as decisões sobre o destino dos poucos recursos que não estão previamente comprometidos, são disputados por diversas corporações que tentam interferir – legitimamente, muitas vezes - a seu favor, e as premências se espalham também nas áreas da saúde, saneamento, estradas, agropecuária, entre outros.

A impertinência descompromissada com a realidade faz professores e opositores embarcarem na insensatez disfarçada de inocência: quem foi eleito para governar que resolva os problemas. O papel da oposição e das corporações é reivindicar, protestar e preparar o caminho para a retomada do poder na próxima eleição.

Essa cronologia anunciada e repetida nas ultimas décadas faz do nosso estado um notável exemplo do que não é prática educativa. O que vemos é o descompromisso com os outros (setores da sociedade), a falta de integridade nas relações e atitudes, o fisiologismo e oportunismo eleitoral, a luta por vantagens descoladas da realidade econômica e social da maioria, a grenalização da política.

Os políticos, e os professores que entram nesse jogo, dão péssimo exemplo de educação em seu sentido mais profundo. Gostaríamos que os jovens forjassem seu futuro com conhecimento e aptidão técnica, sustentados por valores como a verdade, a solidariedade e a convivência democrática.

Para isso a sociedade deve entrar em cena, rever conceitos e atitudes, rejeitar o que está estabelecido para construir o novo, com novas ideias, tendo como finalidade o bem estar de todos.

11 fevereiro 2012

A HUMILDADE

A humildade é a base indispensável para as outras virtudes. A humildade é moderada, diante das atitudes intempestivas. A humildade é respeitosa, frente aos mais experientes.

A humildade é generosa, quando dispõe de seus valores mais nobres. A humildade é silenciosa, em meio as palavras ditas para impressionar.A humildade é modesta, despercebida entre as vaidades e as extravagâncias.

A humildade é uma fonte de sabedoria, para aqueles que têm muito a aprender. A humildade é força pessoal, para aqueles que almejam grandes objetivos. A humildade é resignada, se não pode mudar o arrogante e o prepotente.

A humildade é simples de ser praticada e sensível aos que a rodeiam. A humildade enriquece os relacionamentos, inspira os mais jovens. A humildade surpreende os adversários e derrota sua fúria.

Antes de dizermos “eu te amo”, reconheçamos a singularidade do outro. O amor não é possessivo, não busca seus próprios interesses, não existe para si mesmo. Antes de amar é preciso ser humilde.

Acolher as diferenças, entender os gestos, ouvir sem julgar. Admitir que fazemos parte de uma mesma humanidade, com todas as suas imperfeições. E que somos cúmplices de uma mesma jornada, buscando o nosso melhor.

A FORÇA DO POVO