01 setembro 2006

A ÉTICA E OS ELEITORES

Os principais fatos da política nacional desde o ano passado estão relacionados com a postura ética - ou a falta dela - dos representantes dos poderes constituídos.

As investigações dos parlamentares no Câmara Federal, a atuação da imprensa livre e a participação dos cidadãos das mais diversas formas, expuseram definitivamente um quadro assustador, além do que se imaginava, sobre as possibilidades de mau uso dos recursos dos contribuintes.

O embate público ora entre os poderes, ora entre correntes políticas, aconteceu de forma pouco esclarecedora sobre as raízes do enorme derrame de dinheiro que abasteceu privilegiados e corruptos, desviando-se da verdadeira finalidade, a prestação de serviços públicos e o bem comum.

O momento eleitoral deveria revigorar os ideais dos candidatos, os planos partidários e as aspirações dos eleitores.

A ética na política, que promete se tornar jargão das campanhas dos candidatos, não pode ser isolada do ambiente social.

Devemos sim, exigir que nossos candidatos assumam compromissos públicos e tenham condições de os cumprir. Dispensamos a verbalização exagerada de promessas impossíveis.

Mas, por estranho que possa parecer, os políticos são representantes daqueles que os elegem. A sociedade que os acolhe como líderes, e os delega tão nobres funções, é partícipe das suas atitudes no exercício dos cargos públicos.

É o momento de refletirmos sobre nossas posturas individuais, que se multiplicam anonimamente nas multidões das grandes cidades, e imperceptíveis, vão caracterizando o modo de ser da nossa sociedade.

Desnecessário citar exemplos, incoerente inventar desculpas, vexatório transferir responsabilidades.

O primeiro passo para um país mais ético tem que ser individual, decisivo, independente e autêntico.

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