29 março 2012

EDUCAÇÃO E EXEMPLO

É comum afirmarmos que o principal problema social é a educação. É provável que essa afirmação exprima variados significados, sendo que o mais aceito é o que identifica que falta educação para os outros, ou que falta educação por causa de outrem.

Políticos, que são encarregados de legislar e governar sobre tudo e todos - inclusive sobre educação - demonstram notável falta dela, especialmente aquele sentido familiar e comportamental, baseado em princípios e valores morais.

No solo gaúcho, oposição e situação mudam suas convicções sobre a remuneração dos educadores, baseados simplesmente numa espécie de mercado demagógico eleitoral.

Para os que estão na oposição, os governantes não remuneram bem os professores por sadismo, uma vontade despudorada de malfazer aqueles que educam seus próprios eleitores, uma falta deliberada de “vontade política” (termo que se tornou jargão nos anos 80) vez que os cofres públicos estão cheios e fartos de recursos.

Basta uma eleição que resulte em descontinuidade e logo se esvaem as manifestações esbravejantes. Ao assumirem a gestão pública, os que antes gritavam em defesa dos salários, enfrentam outros desafios,

Os cofres não estão abarrotados de dinheiro, as demandas que chegam ao gestor são de variadas urgências e as decisões sobre o destino dos poucos recursos que não estão previamente comprometidos, são disputados por diversas corporações que tentam interferir – legitimamente, muitas vezes - a seu favor, e as premências se espalham também nas áreas da saúde, saneamento, estradas, agropecuária, entre outros.

A impertinência descompromissada com a realidade faz professores e opositores embarcarem na insensatez disfarçada de inocência: quem foi eleito para governar que resolva os problemas. O papel da oposição e das corporações é reivindicar, protestar e preparar o caminho para a retomada do poder na próxima eleição.

Essa cronologia anunciada e repetida nas ultimas décadas faz do nosso estado um notável exemplo do que não é prática educativa. O que vemos é o descompromisso com os outros (setores da sociedade), a falta de integridade nas relações e atitudes, o fisiologismo e oportunismo eleitoral, a luta por vantagens descoladas da realidade econômica e social da maioria, a grenalização da política.

Os políticos, e os professores que entram nesse jogo, dão péssimo exemplo de educação em seu sentido mais profundo. Gostaríamos que os jovens forjassem seu futuro com conhecimento e aptidão técnica, sustentados por valores como a verdade, a solidariedade e a convivência democrática.

Para isso a sociedade deve entrar em cena, rever conceitos e atitudes, rejeitar o que está estabelecido para construir o novo, com novas ideias, tendo como finalidade o bem estar de todos.

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