18 janeiro 2011

DRAMA E REALIDADE

Ano após ano se repetem as tragédias na região sudeste brasileira. A época do ano, os locais de risco, a situação dos rios e encostas, a precariedade das habitações periféricas e ribeirinhas, as explicações dos políticos nas diversas esferas governamentais: todas as circunstâncias, os atores e os seus papéis nesse drama da vida real são plenamente conhecidos de todos nós.

Como todo enredo dramático, está recheado de cenas chocantes, de ações miraculosas, de fatos surpreendentes e bizarrices que contornam o assunto principal e distraem o espectador mais atento.

Mas isso não é uma ficção.
 
Políticas públicas são postas em prática ao longo dos anos para gerar resultados no médio e no longo prazo. Destinar alguns milhões de reais para socorrer os locais atingidos pelas chuvas não resolve o problema.

Fala-se em modernos sistemas de monitoramento, caros e de alta tecnologia, para previsão das intempéries de alto risco. Esquece-se que a época das chuvas é sempre a mesma, e que prever a chuva com quarenta e oito horas de antecedência não solucionará as deficiências de saneamento, urbanização, moradias construídas a beira dos rios, monitoramento cotidiano da Mata Atlântica, entre outras ações que os técnicos do Estado há muito vem alertando os grupos políticos que se revezam no poder há muitos anos.

De toda essa lama, salva-se a solidariedade, tão bem protagonizada pela população brasileira, e tão mal aproveitada para a construção de uma cultura de preservação da saúde, de aperfeiçoamento educacional, de hábitos sustentáveis.

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