22 fevereiro 2011

LIÇÕES DO EGITO

As revoltas populares que agitam a África e o Oriente Médio prenunciam novas instabilidades no cenário político internacional e nos instigam a refletir sobre o futuro.

A África historicamente colonizada e explorada por nações européias, busca novas alternativas para seus Estados – a ambição de serem protagonistas de um mundo cujas cartas estão dadas há séculos.

O modelo anglo-americano de exploração e consumo está em cheque: os recursos naturais do planeta agonizam, as gerações conformadas se insubordinam, as políticas tradicionais se exaurem.

Culturas milenares e alheias ao capitalismo ocidental tornaram-se centrais na nova configuração econômica e os velhos modos de negociação e comércio estão sendo repaginados.

O vigor cultural de religiões desprezadas pela modernidade ocidental sedimenta a integração dos cidadãos em luta ética por governos mais sérios.

Os avanços tecnológicos no mundo das comunicações imediatas potencializam os efeitos das intervenções coletivas, e disseminam suas motivações pelo mundo afora pelos pequenos, mas interconectados aparelhos eletrônicos.

As lições do Cairo ainda terão que ser melhor estudadas, e os pretensos parâmetros que norteiam as decisões mundiais deverão levar em conta os novos sinais que vem do intangível, do virtual e das possibilidades instantâneas.

Os indivíduos interagem entre os hemisférios, vencem as distancias em segundos e estabelecem novos horizontes na concepção de Estado, na definição de mundo, na convivência planetária.

Compreender as dificuldades para interpretar as novas relações sociais é um passo fundamental para a elaboração de proposições para o futuro da nossa sociedade.

É preciso retomar as incertezas ideológicas e questionar as convicções econômicas à luz das novas experiências humanas nesse contexto de grandes transformações.

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