14 outubro 2006

PENSAR E AGIR


O sonho da maioria dos brasileiros é um singular cômodo para abrigar sua família, uma ocupação capaz de lhe trazer dignidade e sustento, uma assistência segura nos momentos de necessidade, uma trilha nos caminhos do saber para o crescimento daqueles que os acompanham.

Distantes da vida real, o paradoxo da mídia, os discursos políticos, os privilegiados da elite, os sedentos de poder, os donos das riquezas.

Como enfrentar tamanhas dificuldades, a mercê do humor dos governantes, da empáfia dos corruptos, da indiferença dos vencedores? Até quando seremos cúmplices da apatia social, que cala diante das imoralidades do Estado, que silencia diante das violências degradantes, que se acomoda frente a desconstrução da esperança e da solidariedade ?

Cada um de nós, é parte integrante da dita sociedade moderna, erguida sem o menor constrangimento para o império dos valores egocêntricos sobre os coletivos, para a ostentação do ter sobre a mansidão do ser. O movimento dos dias é surdo ao grito dos pedintes, cego aos sinais de desespero, indiferente às injustiças sociais. O senso de humanidade não nos instiga à atitudes mais compromissadas com os menos favorecidos; nossa consciência social não tem força para nos tirar da inércia; informações em excesso não produzem reflexões construtivas.

Pensar sobre tudo isso não deve nos entristecer. O desbravamento de caminhos alternativos, a busca de espaços, a abertura de novas fronteiras são movimentos naturais da humanidade em evolução. A síntese entre a comoção e a ação é um resultado complexo, repleto de variáveis psicológicas, que não nos deve paralisar ou intimidar.

Atentar para as necessidades contemporâneas em alinhamento com o desenvolvimento das pessoas em sua integralidade é o desafio que precisamos enfrentar para o alcance de um estágio superior de convivência.

Olhar para o presente, caminhar para o futuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FORÇA DO POVO